A terapia ocupacional é uma das áreas essenciais no cuidado integral ao paciente, especialmente quando falamos de reabilitação física, cognitiva e social. Mais do que estimular a execução de tarefas do dia a dia, o terapeuta ocupacional atua para resgatar a autonomia e adaptar rotinas de forma segura, respeitando a realidade e os limites de cada pessoa.
Esse trabalho é ainda mais necessário quando ocorre uma mudança significativa na vida do paciente, como após um AVC, um trauma ou a progressão de uma doença neurológica. Nessas situações, é comum que a forma como os cuidados são realizados precise ser revista — e é aí que entra a readequação.
A readequação de cuidados consiste em analisar o cenário atual do paciente e ajustar, de forma individualizada, os recursos e estratégias que serão utilizados na rotina. Isso envolve adaptar o ambiente físico, orientar cuidadores e familiares, e propor novas formas de realizar tarefas, sempre priorizando conforto, segurança e bem-estar.
A terapia ocupacional, nesse processo, ajuda a identificar o que pode ser mantido, o que deve ser adaptado e o que precisa ser substituído. Um exemplo prático: se o paciente tem dificuldade para se alimentar sozinho, o terapeuta pode sugerir utensílios adaptados e treinar o uso deles até que o processo se torne funcional e prazeroso.
Cada plano terapêutico é construído a partir das necessidades, desejos e possibilidades de quem está sendo cuidado. A escuta ativa e o vínculo estabelecido com o paciente são fundamentais para garantir que as mudanças realmente façam sentido e sejam incorporadas à rotina com leveza.
No ambiente hospitalar ou de reabilitação, como na Placi, esse olhar técnico e acolhedor contribui não só para a melhora funcional, mas também para a autoestima e a qualidade de vida dos pacientes. Readequar cuidados é, acima de tudo, respeitar a história de cada um e oferecer caminhos para que ela continue sendo escrita com dignidade.