A vida, em sua essência, é marcada por mudanças inesperadas. Uma doença grave, um acidente ou mesmo o envelhecimento podem alterar nossa funcionalidade, impondo novos desafios. Para muitos, essas mudanças trazem não apenas limitações físicas, mas também um impacto profundo na autoestima, na independência e na qualidade de vida. É nesse momento de vulnerabilidade que o Placi se torna mais do que um hospital de transição: torna-se um parceiro na reconstrução da autoestima.
A readequação funcional é o processo de adaptar-se a novas condições físicas ou cognitivas, buscando retomar atividades cotidianas de forma segura e eficaz. Na Rede Placi, essa abordagem vai além da técnica, combinando ciência, acolhimento e inovação para oferecer um cuidado integral e personalizado. O diferencial do Placi está em seu modelo de cuidado, que reúne profissionais de diversas áreas_ fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos_ para criar um plano terapêutico ajustado às necessidades de cada paciente. “Cada pessoa tem um ritmo, uma história. Nosso papel é respeitar isso e oferecer os recursos necessários para que ela se sinta capaz novamente”, explica Lafayette Lamenza, coordenador de fisioterapia na unidade de Niteroi, há 12 anos no Placi.
Um exemplo é o do paciente FGR, de 36 anos, com histórico de abordagem cirúrgica em coluna lombar quatro anos antes da internação no Placi. Na época, apresentou perda súbita de movimento e sensibilidade nos membros inferiores, com lesões na coluna torácica e necessidade de procedimento cirúrgico de urgência para descompressão medular de quatro níveis torácicos. Foi admitido no Placi apresentando paraplegia flácida, ausência de controle de tronco, restrito ao leito e totalmente dependente para os seus cuidados. Após aproximadamente seis meses de internação, recebeu alta. Durante esse período, o paciente enfrentou sessões diárias de fisioterapia e acompanhamento regular com a terapia ocupacional, com importante melhora na força e sensibilidade nos membros inferiores, conseguindo sentar-se sozinho à beira do leito e assumindo a posição ortostática com auxílio.
Com o ganho de mobilidade e trabalho específico, recuperou o controle da continência do esfincter vesical, permitindo retirar a sonda. Após a alta hospitalar, segue com acompanhamento em domicílio e ambulatorial de fisioterapia, visando fortalecimento muscular, ganho de autonomia e a possibilidade de voltar a caminhar com auxílio de dispositivos. “Aqui, eles me ajudaram a entender que, mesmo com limitações, é possível readequar também o domicílio, o carro, o local de trabalho, e que seria possível retomar a vida, ainda que em uma nova condição”, relata FGR. A inovação tecnológica combinada a práticas humanizadas, como grupos de apoio e atividades terapêuticas estimulam o engajamento emocional do paciente. Passa, também, pela saúde mental e emocional. Muitos pacientes enfrentam desafios psicológicos significativos, como ansiedade e depressão, que podem dificultar o progresso físico. No Placi, o cuidado vai além da superfície: os profissionais são treinados para ouvir, acolher e criar um ambiente de confiança.
“É sobre enxergar o ser humano além da sua condição clínica. Estamos aqui para ajudá-los a redescobrir a vida. O objetivo final é claro: devolver ao paciente a melhor qualidade de vida possível, considerando suas novas condições. Mais do que recuperar movimentos, trata-se de recuperar sonhos, resgatar a autonomia e fortalecer vínculos familiares”, afirma Lamenza. A readequação funcional exige coragem, paciência e dedicação, tanto do paciente quanto da equipe que o acompanha. No Placi, essa jornada é trilhada sempre com profissionalismo, acolhimento e a certeza de que, mesmo diante de adversidades, é possível viver plenamente.