Hospitais de transição ganham importância com envelhecimento da população     

Por Placi
28/03/2024

*Carlos Alberto Chiesa – CEO da Rede Placi, hospital de transição, readequação de cuidados, reabilitação e cuidados paliativos 

 

A conquista da longevidade pela população mundial tem impacto nos diversos setores da economia, incluindo alimentos, arquitetura e o urbanismo, vestuário, calçados, mobilidade por meios de carros e equipamentos de locomoção e, é claro, a ciência e a tecnologia responsáveis em grande parte pelo prolongamento do tempo de vida de todos nós.  

Há três anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o Relatório Base para a Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030, que aborda cinco questões principais: preparação para uma década saudável; onde estamos agora – o status global do envelhecimento saudável; que melhorias podemos esperar até 2030 e quais ações precisam ser adotadas.  

Segundo a OMS, pelo menos 142 milhões de idosos em todo o mundo não conseguem atender às suas necessidades básicas. Otimizar a capacidade funcional é a chave para um envelhecimento saudável. As ações devem ser aceleradas para ter um impacto mensurável nas pessoas idosas até 2030 e os idosos devem estar envolvidos em todas as fases. Envelhecimento saudável é “o processo de desenvolver e manter a capacidade funcional sob uma ótica humanizada, que possibilita o bem-estar na velhice”, segundo a organização.  

Um setor em especial, no entanto, tem merecido mais atenção: o de saúde, pois a longevidade exige profissionais preparados para encarar este desafio mundial e hospitais onde prevaleçam cuidados que visem amparar não apenas o físico, mas também o psicológico. Afinal, qualidade de vida tem tudo a ver com autoestima e, em grande parte, é resultado da forma como somos tratados nos conduzindo às relações de amor, empatia e compreensão. 

Pode parecer simples como dar um bom dia alegremente e receber em troca um bom dia que nos desperta o bom humor. Só que esta tarefa, quando se trata de um hospital, onde a tensão está sempre presente, requer intenso treinamento e responsabilidade. É nesta fase que os hospitais de transição ganham relevo. Essa modalidade, que surgiu na América do Norte no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, tem conquistado espaço cada vez maior nos países mais desenvolvidos e sido incluída em planos de saúde como parte do tratamento, inclusive no Brasil em decorrência do aumento da longevidade.  

Conhecidos como hospitais de transição, oferecem treinamento tanto para os pacientes como para familiares e cuidadores. Internações prolongadas quase sempre geram perdas funcionais que representam mudança de rotina seja nas residências ou no ambiente de trabalho.    

É em ambientes de transição, onde cada caso é único e prevalece a busca pela qualidade de vida, mesmo que dentro de novos cenários, que entram em campo profissionais de diversos setores incluindo fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, clínicos gerais e equipes treinadas para treinar o paciente, seus familiares e seus cuidadores. Assim, o paciente conquista a tão sonhada qualidade de vida na longevidade, mesmo que diante de novo cenário físico. 

Temos na Rede Placi, com hospitais em Brasília e no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, Botafogo e Niteroi, vários os casos de pacientes que, treinados, conseguem também capacitar aqueles com os quais convivem diariamente e, estimulados psicologicamente, passam a ser protagonistas de suas novas vidas, heróis da resistência e da resiliência.  A transição, como diz a própria palavra, é também sinônimo de adaptação de um cenário para outro conquistando-se a sonhada qualidade de vida e longevidade.   

 

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