Cuidados paliativos aliviam sofrimento e tratamento da dor

Por Placi
26/01/2024

Com o avanço do conhecimento científico e da incorporação de novas tecnologias, o aumento da expectativa de vida deixou de ser uma possibilidade para se transformar em realidade. Na segunda metade do século 20, surgiram movimentos voltados para a humanização dos atendimentos em saúde, que levavam em consideração a integralidade do indivíduo.  Em 2013, inauguramos o Placi – hoje, referência na recuperação de pacientes em longos períodos de internação no Brasil.
Uma das nossas áreas de atuação é a de cuidados paliativos, por meio do alívio do sofrimento, tratamento da dor e de outros sintomas de natureza física, psicossocial e espiritual, com objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes e dar assistência a familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida.

Valeria Girard, médica clínica formada pela #UniversidadeFederalFluminense (#UFF), com 35 anos de experiência na profissão, especialista em terapia intensiva, em nutrologia e terapia nutricional parenteral e enteral, tem muitas histórias para contar. Um paciente de 78 anos, portador de #DoençadeAlzheimer, evoluía para fase avançada, sendo alimentado por gastrostomia. Ciente do prognóstico da doença, a família solicitou que nada em excesso fosse realizado com o paciente. “O foco deles e o de nossa equipe médica era o conforto do paciente, sendo definida abordagem paliativa como sua linha de cuidado”, lembra Girard. Com o trabalho, foi possível que ele retornasse ao domicílio, com um pouco mais de interação, inclusive fora do leito. Chegou a ser realizada no Placi a festa de 50 anos de seu casamento com a participação de toda a equipe e da família. Ao longo dos meses a doença evoluiu, com retorno dele ao Placi por algumas intercorrências e também no momento de sua finitude.

Exemplos como este ilustram o foco voltado à humanização dos atendimentos, que levam em consideração a integralidade do indivíduo. Um dos casos recentes mais emblemáticos é o de uma moça de 26 anos.  Ela permaneceu por quase um ano sob cuidados do Placi por conta de uma encefalite autoimune gravíssima. Quando chegou, pesava 20 Kg (altura 1,52 cm), com lesões cutâneas extensas e vivia em posição viciosa no leito. Respirava por traqueostomia e se alimentava por gastrostomia, sem qualquer interação com o ambiente. “Pensamos que seria paciente para cuidados paliativos, pois não conseguíamos controlar suas crises convulsivas apesar de vários tratamentos implementados para a sua doença de base”, explica a médica.

A partir da atuação multiprofissional do corpo clínico do Placi e da dedicação da família, buscando sua recuperação cognitiva e motora, aliado ao tratamento imunossupressor, foi possível o controle das crises e a sua melhora clínica. Recebeu alta já sem cânula traqueal, já está em casa, interagindo, se alimentando por via oral, sem gastrostomia. Um outro exemplo dos benefícios que os cuidados paliativos garantiram aos pacientes do Placi é o de um cardiopata grave, de 75 anos, que veio de uma em internação prolongada em um hospital geral, foi admitido com família extremamente fragilizada devido a seu quadro bastante instável, ainda em realização de hemodiálise diária. “Acolhemos o paciente e família, conseguimos fazer com que ele atingisse equilíbrio clínico e estabilização para ser transferido para sua residência com programa de hemodiálise domiciliar duas vezes por semana. O paciente e esposa ficaram muito satisfeitos com nosso atendimento e também comemoraram suas bodas de ouro no Placi junto a nossa equipe e sua família”, conta a médica.

Para Girard, as conversas sobre cuidados paliativos tendem a ser cada vez mais frequentes durante a formação médica nas universidades bem como entre os profissionais de saúde para que seja possível proporcionar melhor qualidade de vida e de morte. A evolução da medicina é imprescindível para que a população mundial se torne cada vez mais longeva, com idosos ativos e com qualidade de vida.

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