Todos nós escovamos os dentes, mas será que fazemos da maneira correta? Esta é uma pergunta que devemos nos fazer. Nossa boca é repleta de bactérias. Bem cuidada, pode levar à prevenção de algumas doenças cardiológicas, evitar piora em diabéticos e infecções orais, por exemplo.
“Uma das doenças que podem ocorrer e que pouco se fala é a endocardite bacteriana, ou seja, quando a bactéria entra na corrente sanguínea e se aloca no coração, e uma higiene bucal precária pode contribuir para melhorar esse quadro”, orienta a dentista do Deborah Machado, especialista em pacientes com doenças sistêmicas e com foco em pacientes oncológicos, com Alzheimer e outras demências. Segundo ela, em alguns casos, uma higiene oral adequada pode ajudar a prevenir até óbitos.
Saúde bucal é ir ao dentista ou chamar o profissional periodicamente, seja em casa ou mesmo no hospital, e não deixar para buscar ajuda apenas quando estiver com dor porque ela é totalmente evitável.
“Trabalhar a saúde bucal melhora diversas infecções como a pneumonia aspirativa e doenças respiratórias crônicas, além de ajudar a reduzir internações em hospitais”, ensina Deborah, que treinou a equipe de enfermeiros do Placi para identificar sinais e sintomas de algumas doenças da cavidade bucal que podem ser identificadas em estágio inicial, como o câncer de boca, e até faz cirurgias no hospital com seu equipamento portátil com a ajuda de anestesista e outros profissionais de apoio, caso seja necessário, em um trabalho multidisciplinar.
São inúmeros casos de sucesso como o da paciente oncológica que tratou com laserterapia e cirurgias minimamente invasivas.
“Estava com perda de osso, de tecido, ficava com a língua à mostra e apresentava salivação excessiva. Conseguimos aliviar tanto a dor dela, que ela, brincando, disse que queria fazer uma estátua minha em agradecimento”, conta, sentindo-se recompensada dos desafios da profissão que escolheu. Outro caso emblemático foi o de um jovem de 35 anos internado no Placi, vítima de um acidente, que estava com um dente aberto devido à fratura e apresentava febre.
“Fizemos uma cirurgia, retiramos os cinco dentes quebrados e, em uma semana, ele não tinha mais dor. É preciso que dentistas façam parte de um time multidisciplinar para que a cura seja sistêmica”, reforça lembrando de uma paciente internada no Placi que devolveu a função estética e mastigatória de uma forma tal que, ao final, ela a abraçou e chorou ao se olhar no espelho.
“Chegou a colocar colar, brinco e batom para fazer uma foto de nós duas juntas que guardarei para sempre comigo”, detalha a dentista.
Cuidar é mais do que tratar.