AVC: prevenção é a melhor receita para uma vida longeva e saudável 

Por Placi
22/11/2023

Estudo realizado pela Organização Mundial do AVC e publicado em outubro deste ano no conceituado periódico científico Lancet Neurology alerta que o número de mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) no mundo poderá aumentar 50% e chegar a quase 10 milhões até 2050 se as ações de monitoramento e prevenção não forem aprimoradas. Segundo a entidade, países de renda baixa e média, grupo do qual o Brasil faz parte, estão entre as nações mais propensas ao risco. Os dados de 2020 indicam que 86% dos óbitos daquele ano ocorreram nos países mais pobres. No Brasil, foram mais de 89 mil pessoas óbitos. Segundo a Rede Brasil AVC, a doença é uma das principais causas de mortes no país.  “A entrada em um hospital especializado em reabilitação, como o Placi, e o início do trabalho em um ambiente seguro e preparado o quanto antes, aumenta as chances de recuperar as funções neurológicas acometidas pelo AVC e, consequentemente, de reconquista da independência nas rotinas cotidianas”, informa o neurologista Daniel Campinho Schachter, gerente médico do Placi Botafogo, professor universitário, Neurologista pela Santa Casa da Misericórdia do RJ e Mestre em Neurologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.  

O AVC se divide em dois grandes grupos: o hemorrágico e o isquêmico. O AVC hemorrágico ocorre quando há o rompimento de um vaso cerebral, provocando sangramento em uma parte do cérebro. É responsável por 15% de todos os casos, mas é potencialmente mais grave e letal. O AVC isquêmico, o mais comum, representa 85% de todos os casos e é causado pela obstrução de uma artéria que impede a chegada de oxigênio e nutrientes para uma parte do cérebro, fazendo com que o paciente acabe morrendo. O acidente pode acontecer em associação a várias doenças que causam a formação trombos em artérias cerebrais ou do pescoço causando obstrução do fluxo de sangue, podendo se desprender e se tornar móvel, se transformando em um êmbolo que viaja pela artéria e a obstrui em algum ponto mais à frente.  

O que ambos os tipos de AVC têm em comum é o potencial de causar perda de função neurológica, na forma de perda de movimentos do corpo, da capacidade de deglutição e da capacidade de se comunicar, entre outros, podendo resultar em grave perda da independência e da qualidade de vida do indivíduo.  Schachter destaca que além das mortes, o AVC é uma das principais causas de incapacidade crônica adquirida no Brasil e no mundo. O acidente vascular cerebral, quando não é imediatamente fatal, pode causar sequelas que frequentemente são devastadoras para a independência e qualidade de vida do paciente mudando para sempre a vida deste paciente e a de sua família.   

Em grande parte dos casos, quando o AVC é prontamente identificado e tratado, as sequelas mais graves podem ser evitadas ou minimizadas. Entretanto, uma parcela significativa das pessoas que sofrem um AVC vai ter sequelas importantes que podem afetar a mobilidade, a alimentação, a comunicação e, de um modo global, a qualidade de vida e independência deste indivíduo.  O especialista pontua que a prevenção é sempre a melhor arma contra o AVC. Apesar de existirem fatores de risco para os AVCs que não são modificáveis, como genética, sexo masculino, doenças cardíacas estruturais, arritmias cardíacas e malformações arteriovenosas cerebrais, a maior parte dos vilões é evitável com acompanhamento médico regular e bons hábitos de vida. O bom controle da hipertensão, do colesterol e do diabetes, não fumar, não abusar de álcool e drogas, manter uma dieta saudável e equilibrada e se manter ativo fisicamente são medidas altamente eficazes para prevenção dos AVCs e estão ao alcance de todos. 

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